segunda-feira, 6 de junho de 2011

MEC defende uso de livro didático com linguagem popular

É nóis na fita!

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/mec+defende+uso+de+livro+didatico+com+linguagem+popular/n1596949085987.html

     Vamos falar sério de algo sério. Para que um bebê de um ano de idade tenha um treinamento para ser um ginasta olímpico, deve-se ensinar a ele andar com braços, fazer estrela e um mortal, certo? Creio que não, primeiro deve ser algo básico, como por exemplo, andar; e , na medida que ocorre o desenvolvimento e o crescimento, ensinando exercício técnico para tal atividade, sem prejudicar a estrutura muscular, óssea ou qualquer esforço que prejudique a formação do corpo. Isso, claro, quando se fala em crianças que querem ser atletas, pois a maioria poderiam apenas a aprender a engatinhar, andar, depois correr, andar de bicicleta ou patins e mais tarde fazer um treinamento para um esporte.
     Tal sequência de atividade parece ser o mais sensato. Porém parece que o MEC não entende dessa maneira. Ao ensinar a norma culta e outras variantes linguística, parece que está querendo ensinar o bebê a mancar junto com a necessidade de andar. Pois bem, não existe apenas a forma culta de se expressar, falar ou escrever. Dentro de uma variabilidade grande que a nossa língua portuguesa pode oferecer, e segundo linguístas, é umas das derivadas latinas mais complexa; e isso não pode ser a desculpa para que a norma culta não seja devidamente ensinado e exigido.
     Falar, "é nóis", "os peixe", "os mano", "nói fumu", faz parte de uma variação rica que a nossa literatura pode oferecer. Grandes literatos utilizavam desse subterfúgios para aproximar uma realidade social que queria descrever em detrimento da norma culta, já que , em casos de uma classe menos privilegiada não ser beneficiada por um estudo, não dipõe de uma linguagem gramaticalmente aceita pelos linguístas. Contudo, chamar esse assunto de um "preconceito linguístico", o MEC parece aceitar o próprio erro e ainda querer manter esse anacronismo.
    Errar nas conjugações e corrigí-los não pode ser considerado "preconceituoso". Se a própria educação brasileira fosse acessível a todos e exigisse um alto rendimento, creio que um cronista não iria, necessariamente, agredir a norma culta para extrair da realidade um parâmetro linguístico. Ou seja, anos de descaso com a educação gerou um exército de falantes que, de uma forma, até nos conformamos. Um garoto de boné falando "é nóis" retrata muito bem sua origem ou a classe, ou então usam dessa expressão para se fazer daquele que ficou caracterizado o falante.
     É claro que erros como Adoniran Barbosa cometia como "táuba", Edu Lobo com " é um, é dois, é três" ataca a norma culta; mas dentro do contexto, ela pode ser muito bem empregada. Há sim a tal chamada "licença poética" que os artístas utilizam para num determinado contexto, a expressão tenha seu devido impacto. Para isso, eles conhecem o rigor culto para que possa subverter à sua realidade. É como o ginasta que aprendeu a andar e depois fazer piruetas, e que pode até fingir um manco.
     Ao ensinar os garotos nas escolas sobre o tal "preconceito linguístico" e doutriná-los a falar sem a preocupação com a forma que os cientistas, artistas, jornalistas e até mesmos as pessoas falam, o MEC atesta os anos de erros que o Governo praticou por anos e ainda deixa mancos os garotos que mal sabem caminhar no difícil estrada da Lingua Portuguesa.

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